terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sina



Suponha que eu jogue uma
pedra no lago e mude o
caminho de um peixe que naquele instante
passara por ali.
Estaria eu participando ou
atrapalhando o seu destino?

Cativeiro

Vou prender isso numa poesia.
Porque quero usá-la depois,
vou sequestrar essa palavra e
guardá-la por aqui nesse emaranhado
mesmo.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Boneca

Ela é daquelas bonecas que não gostam de prateleiras.
Que exibem os babados do vestido, faceira,
Nas ruas de cristal onde pisa.
Os olhos emuldurados de cílios pretos denunciam,
Ma-lycia.
Sapatos de boneca, a ela não convém,
Que venham as sapatilhas para elevarem o que ela tem.
No fim do dia todo, os anjos correm para assistir
à boneca incansável que luta para não dormir.
E tocam suas harpas e fazem-na sorrir.
A levam para um mundo onde o sonho é a verdade.
E esta criança não poderia viver em outra realidade.


Para Lycia Gama.
Uma das minhas Treze, ♥ à pedidos.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

M&nSAG3M CR!PTOGRAFAD@

Leia nos meus olhos querida, se puder,
descubra uma letra do seu nome no meu DNA,
vá, descodifique o código guardado -há- um -tempo- e
quando ler isto, finja que já não sabia -há -tempo- disso.
"gostando mais de você".






P
ara Adelson e Juli,
escritor e atriz de suas histórias.
Respectivamente, ér.

Estrela Cadente

Meu desejo é que você demore mais um pouco,
Que não tenha medo de ter seu brilho roubado
E portanto não fuja assim do meu céu.
Porque de muitas estrelas, é você quem eu amo.
Porque enquanto elas ficam estáticas,você dança
no meu céu, e brinca de pique-esconde mudando de lugar.
Mas me deixe te encontrar!
Não vou reclamar os pedidos nunca atendidos,
Nem vou te assustar a pedir mais outra coisa...
Quero apenas ver seu brilho por mais alguns segundos
e prender você a mim.

Mas esta outra parte, ah, eu vou deixar você escolher.
Leia os meus poemas e decida se eles te fazem feliz,
Ouça a minha voz a sussurrar desejos e decida você
se quer ou não vir comigo.

sábado, 21 de agosto de 2010

Treze.

Independente de mover-se ao som da música ou pisar nas cores certas,
o que importa é a frequência do coração.
Que nos assustemos com contos de terror ou que morramos de rir com comédias sem graça. A graça é a dádiva de estarmos juntas,
de atrapalhar o sono das outras e fazer cócegas e provocar sorrisos ou deixar que eles sejam involuntários mesmo.

É coisa de amiga, coisa que só amiga entende.
É um amor diferente, é amizade. {:

terça-feira, 17 de agosto de 2010

À flor da pele


A poesia faz a gente parar pra ver o vôo das abelhas. Faz sair uma água salgada do olho e desaguar no oceano...Faz elevar a potência de todas as emoções.
A poesia revela máscaras e atiça a curiosidade pra ver além delas. Sinceramente, a poesia castiga, faz doer. Eu já quis parar de escrever poesia, mas é que ela se escondeu em algum lugar em mim que não sei onde fica.
Vai ver a poesia é a causa de todas as paixões escravas, que não querem e não vivem sem. Porque é isso que a poesia faz.

Sinestesia

A flor estava triste.
Viu primeiro o gosto da água
Depois ouviu os raios do sol morno.
E aí, parou de ver.Parou de ouvir.Só pra sentir.
Sobre sua cabeça um desfile de cristal,
a magia de cores a encherem seus olhos vazios.
Eram sete as astutas malvadas a desfilarem seu beijo doce e cáustico,
escondendo no final da passarela dois potes de ouro.
E foram embora logo mais, porque mais uma delonga e o encanto acabaria.
E o céu tornou a ficar cinza, o contrário das cores.
E já era tarde quando a flor percebeu que cores como aquelas não gostam de ser sentidas,sequer entendidas!
Querem apenas ser ouvidas, cheiradas e vistas.
E a flor tornou a ficar triste.

sábado, 7 de agosto de 2010



...Até porque eu não sou dramática. Eu só falo a verdade! Se soa dramático é porque as minhas verdades são intensas demais.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Psicose


Escrever é surtar.
É piscar os olhos e montar um verso.
É olhar uma nuvem e inventar uma história pra ela,
É passar os dedos na areia da praia e acreditar que
aquilo é um nome.
As palavras são ruas, poemas cidades lotadas de rostos cobertos.
Os rostos são o que o poeta sente e estão cobertos porque obviamente,
tentam esconder-se.
Mas é que as ruas estão cheia de rostos iguais aos dele,
estão cheia dos rostos dele,
é inútil.