quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Xadrez.

Eu não pretendia Caio Fernandear quando acordei hoje, achei que sairiam duas ou três poesias dos meus instantes, apenas.
Mas não dá pra resistir quando dois universos presos numa retina quebram as nossas pernas, não é mesmo?
Q = m . c . ΔT .
Enquanto, em uma aula de física, eu desistia aos poucos de entender essa coisa toda de quantidade de calor, um vaga-lume de ideia (sim, um insight poético é um pouco demais pra mim) me veio depois de mastigar essa palavra e misturá-la à saliva : calor. E por que não recorrer à sinonímia e falar de paixão?
Muita gente pensa que a linha entre amor e paixão é muito tênue - não vou negar que dá pra confundir bastante- mas se existem duas coisas determinantes de algo, do caráter de algo, estas são o início e o fim delas.
Quando um ser humano se apaixona, ele sorri. E se envolve inconsequente porque sabe que haverá um momento em que ele irá cair. Mas quando trata-se de amor, tudo parece enorme, e eterno. E os sorrisos dissipam-se na semana que vem. E ainda assim, tudo vale a pena, porque o amor coloca a pessoa à prova. Coloca seus sorrisos, seus medos, sua força... sua verdade à prova.

E se alguém insistir em fazer o roque se caso a sua torre estiver ameaçada, não merece nada disso.

"(...)-Desista de esconder que quer me eternizar num parágrafo seu.
-Por que você realmente acha que eu escrevo para você?
-Porque eu conheço todos os seus xeques, moça. Imagina o que eu não sei de você fora do tabuleiro.
-É verdade, meu bem. Então deve saber também que tudo aqui é uma releitura machadiana,
a psique problemática combina perfeitamente com você.
-Quando você vai aprender que essa mania de falar estranho é um saco, hein menina?
-Quando você parar de achar que meu rei está vulnerável a você (...)"

*Spoiler do conto Xadrez, por Mayara Melo.