Mas não dá pra resistir quando dois universos presos numa retina quebram as nossas pernas, não é mesmo?
Q = m . c . ΔT .
Enquanto, em uma aula de física, eu desistia aos poucos de entender essa coisa toda de quantidade de calor, um vaga-lume de ideia (sim, um insight poético é um pouco demais pra mim) me veio depois de mastigar essa palavra e misturá-la à saliva : calor. E por que não recorrer à sinonímia e falar de paixão?
Muita gente pensa que a linha entre amor e paixão é muito tênue - não vou negar que dá pra confundir bastante- mas se existem duas coisas determinantes de algo, do caráter de algo, estas são o início e o fim delas.
Quando um ser humano se apaixona, ele sorri. E se envolve inconsequente porque sabe que haverá um momento em que ele irá cair. Mas quando trata-se de amor, tudo parece enorme, e eterno. E os sorrisos dissipam-se na semana que vem. E ainda assim, tudo vale a pena, porque o amor coloca a pessoa à prova. Coloca seus sorrisos, seus medos, sua força... sua verdade à prova.
E se alguém insistir em fazer o roque se caso a sua torre estiver ameaçada, não merece nada disso.
"(...)-Desista de esconder que quer me eternizar num parágrafo seu.
-Por que você realmente acha que eu escrevo para você?
-Porque eu conheço todos os seus xeques, moça. Imagina o que eu não sei de você fora do tabuleiro.
-É verdade, meu bem. Então deve saber também que tudo aqui é uma releitura machadiana,
a psique problemática combina perfeitamente com você.
-Quando você vai aprender que essa mania de falar estranho é um saco, hein menina?
-Quando você parar de achar que meu rei está vulnerável a você (...)"
*Spoiler do conto Xadrez, por Mayara Melo.
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