quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Arte!

Por Mayara Melo

Intensidade. Sabemos exatamente o significado de palavras como esta. Todo ser humano tem fases a lembrar em sua vida, mas a nossa fase está além do que qualquer outro clichê já vivido por qualquer pessoa antes, por um motivo ironicamente comum : é a nossa vida, são os nossos dias. Chegou a hora de responder a mil perguntas que pensávamos nunca chegar, chegou a hora de levar a sério o que vamos ser quando crescer. Mas ainda que o tempo nos apresse, existe uma hora mais importante para viver: a única hora em que olharemos ao nosso redor e iremos ver todos os nossos amigos com os olhos cheios de água por terem feito parte do mais lindo espetáculo no teatro de nossas vidas... A sonoplastia fica ao encargo dos nossos corações, e as luzes que brilhem após o brilho dos nossos olhares... Chegou a hora, é o fim da escola para alguns, para nós é o início das próximas cenas nos nossos palcos, mas que terá sempre uma segunda palavra cujo significado também conhecemos: Eternidade. Porque trata-se de uma palavra real em nossas memórias.

25/11/2011, FORMATURA DO MEU TERCEIRO ANO. ♥

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Aquele você sabe quem para quem se escreve cartas de amor.

Cartas de garrafas do tipo aquelas que são lançadas ao mar, por Mayara Melo:

Eu realmente queria ter acesso às palavras mais lindas desse mundo e conseguir organizá-las todas em um envelope pra te entregar, meu amor. E queria conseguir reunir as notas musicais mais difíceis desse mundo pra te surpreender! E eu também queria conseguir ter coordenação motora na areia da praia e escrever nossos nomes, como as meninas apaixonadas fazem, sabe? Não me importaria de deixar de aprender a andar de patins,ou assoar o nariz kkkk se pudesse ter somente isso em troca. De vez em quando te considero culpado pelos muitos mimos que me dá, me faz pensar que estou segura, é exatamente essa a expressão "Em um porto seguro" e sem coragem (e sequer desejo!) de sair pra ver o mundo e aprender sozinha a respeito das coisas. Eis um pequeno fato de uma namorada completamente dependente do seu amor: Preciso segurar a sua mão, a todo tempo. Até que todas as estrelas do céu se apaguem.


sábado, 15 de outubro de 2011

Eu leio, tu lês.


Se caso a minha aorta incomoda-me com
pesares e devaneios de um certo coração,
Se acaso a minha dormência me acorda para um
mergulho em um mar de ilusão...
Se por descaso me pego numa catarse absurda
e sem fim,
Se resolvo FernãoCapeloGaivotar num céu azul
dentro de mim...

Estarão as palavras dispostas em suas nuvens e
raios sob meu voo infinito,
diante dos meus olhos, em mil por-de-sóis na varanda
de Dona Benta...
São contos, versos,
(controversos, às vezes, confesso!)
Repletos
de fome e paixão.

Convém que um país se forme
"De homens e livros..."*



*Referência bibliográfica a Machado de Assis

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Xadrez.

Eu não pretendia Caio Fernandear quando acordei hoje, achei que sairiam duas ou três poesias dos meus instantes, apenas.
Mas não dá pra resistir quando dois universos presos numa retina quebram as nossas pernas, não é mesmo?
Q = m . c . ΔT .
Enquanto, em uma aula de física, eu desistia aos poucos de entender essa coisa toda de quantidade de calor, um vaga-lume de ideia (sim, um insight poético é um pouco demais pra mim) me veio depois de mastigar essa palavra e misturá-la à saliva : calor. E por que não recorrer à sinonímia e falar de paixão?
Muita gente pensa que a linha entre amor e paixão é muito tênue - não vou negar que dá pra confundir bastante- mas se existem duas coisas determinantes de algo, do caráter de algo, estas são o início e o fim delas.
Quando um ser humano se apaixona, ele sorri. E se envolve inconsequente porque sabe que haverá um momento em que ele irá cair. Mas quando trata-se de amor, tudo parece enorme, e eterno. E os sorrisos dissipam-se na semana que vem. E ainda assim, tudo vale a pena, porque o amor coloca a pessoa à prova. Coloca seus sorrisos, seus medos, sua força... sua verdade à prova.

E se alguém insistir em fazer o roque se caso a sua torre estiver ameaçada, não merece nada disso.

"(...)-Desista de esconder que quer me eternizar num parágrafo seu.
-Por que você realmente acha que eu escrevo para você?
-Porque eu conheço todos os seus xeques, moça. Imagina o que eu não sei de você fora do tabuleiro.
-É verdade, meu bem. Então deve saber também que tudo aqui é uma releitura machadiana,
a psique problemática combina perfeitamente com você.
-Quando você vai aprender que essa mania de falar estranho é um saco, hein menina?
-Quando você parar de achar que meu rei está vulnerável a você (...)"

*Spoiler do conto Xadrez, por Mayara Melo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Catarse


Sinestesia.
O badalo dos sinos e a tristeza
ao passar por um parágrafo escuro...
Recostado a um muro,
pensei em segurar as lágrimas apenas
para que não me borrassem as páginas.

Mas se a morte do jovem Werther
não me verte em morte,
volto à estante
e me pego num instante com ciúmes de Capitu.

E ainda se sentir o gosto de veneno no beijo
de Julieta, não vou parar.

As próximas palavras serão Memórias Póstumas.

domingo, 29 de maio de 2011

Vocativo


É luz.
Chama.
Amarela, e grita.
"Amar ela", devias.

Mas se na frase me faço necessário,
mais lindo que o sujeito, porque fui necessitado,
desejado...
Basta que me coloques entre vírgulas
e mesmo rodeado de impressões,
irei me sentir sozinho.

Não quero ser o pôr-do-sol,
Não quero ser coadjuvante.
Quero que, depois que chamar-me com os seus olhos
fique comigo.
Até todas as estrelas do céu apagarem-se.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

E Ter Na Mente


Pretéritos mais que perfeitos
não têm que significar uma ação já terminada.

Quisera estender um verso até o fim do universo,
e ir atrás dos raios conjugados no infinito
de um espelho esférico...
Pudera!

Quisera nadar até o fim do oceano para
alcançar o pote de ouro do arco-íris no início de uma
manhã...
Fizera!

Porque convém que a vida sopre sem descanso
nos pulmões de uma sépia,
Eterno é o que não se consegue esquecer.
E quanto ao inesquecível?
Ah, isso já é lá outra coisa que inventaram pra
poucos instantes com poucos sentimentos que passam...

Amar É Ter na Mente.
E amor não se acaba.

sábado, 30 de abril de 2011

Dictum et Factum : A Língua Brasileira


Para que a chuva ouça a prece do nordeste,
Em oração de fé e pesar,
Para os Aurélios Alagoanos
E para todo o poeta que decidir amar...

Porque é ela que faz Lampião gritar
por Maria Bonita pra fazer café.
É só pela língua que se ouve Iara, a Mãe d'água
cantar,
e louvores a São João entoar!

Deixa que os velhos ensinem aos netos
em seus provérbios
que é melhor calar quando se quer falar,
Deixa que a capoeira abrasileire a lusoáfrica no cantar
E que Quaresma tupiguaranize conversas no ar!

Porque ainda que haja silêncio na floresta
do mico leão dourado, e que o boto adormeça,
haverá palpitações suas nos corações
dos filhos deste solo...

Que Mário de Andrade Sintaxe à vontade
para nos fazer lembrar que nossa Língua Brasileira
Não quer estar deitada sobre regras gramaticais,
mas quer sentida pelo amor dos modernistas,
que se renova dia após dia.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mar de Sereia



"Ponta de Lápis, escrevo o amor à vista (...)"

Meu amor pertence a uma Sereia que tem canto
de mulher rendeira e não espera pelo sol
pra desfilar uma jangada.

A Minha Sereia arruma seus cabelos
quando o vento vem saudar os coqueirais,
é ela quem faz
o sol pousar um beijo
nos seus olhos verdes todos os dias, fielmente.

A minha sereia também mora em águas doces,
entrega a sua força aos que adentram
na Mundaú no escuro da noite.

Mas é no mar que um assovio
misturado de sal, sol e areia clara
Faz dormir seus amantes sob a maresia.

Porque a minha sereia é rainha da noite tanto quanto é do dia.

sábado, 26 de março de 2011

Maldades,Murmúrios e Machado.


(Lembranças de Capitu)

Perdoem-me os clérigos!
Mas eis que escolhi a dor.
É sim, isso mesmo que está lendo...
E não, não se trata de amor.

É fascínio,
sina,
vício,

da dúvida e do calor
de mares e de ressacas,
duvidar de ciganas oblíquas e dissimuladas
que nunca conheceram inocência pueril!
Porque nunca brincou feito crianças, oras,
escrever nomes em corações nas paredes
era pois seu jogo hostil.

Seduziu.

Beleza, inteligência e mentira
fizeram um homem vacilar...
Salvemos Capitu, nós, neste dia hoje
fizera o mínimo que se pudera fazer,
por vingança de
até hoje ser impossível saber
o que um homem está a, de fato, pensar.

Meandros


Talvez não seja exatamente
culpa da velocidade do rio.
Mas é bem verdade que rios velozes
são muito hostis...
Não sei, meu bem,
na verdade não sei.

Talvez arrastaram-se areias demais,
pedras demais, lágrimas demais
e então meu bem,
minhas águas agora fazem curvas demais!

Mas se trilho por essas curvas,
e faço arrodeios demais,
é para que não saibas demais
sobre mim,
é que me deixas presa em tua rede,
sereia tua fazendo o curso do meu
próprio rio, para depois, talvez,
desaguar no teu mar.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sobre Cachimbos e Verdades Humanas


Não meu caro,
"Isto não é um cachimbo",
posto que não o tenho, não o toco,
não o sinto.

Dormência voluntária humana é pois
um irmão de exemplo.
Não sentes, não vês, não falas, não vives...
Não te importas e nem olhas para o céu.
Existes?

Sapiência não basta,
preciso é sentir.
Ou pensas que no mundo das ideias
consegues ser humano?
Ser...Humano?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Passarelas


Em algum canto do mundo,
deve se ouvir o canto de um pássaro
que encanta na solidão onde mora...
Que bate as asas tristes e enamora
borboletas, e sem nenhuma beleza
tem graça além da beleza da aurora.

Mas se o sonho acaba quando o dia mente,
diamantes compram meias verdades
Porque estas meias de lã aquecem-me os pés
nas chuvas que enluvam-me as mãos
se caso quiser escrever sobre o acaso que
entra pela janela junto com as minhas manhãs.

E vou levando a vida
equilibrando passos em vagões de trens, ladrilhos e notas de sino
Quando minha sina nada mais é
que quebrar a cabeça com certos trocatrilhos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Hipérboles


Quando eu choro uma tempestade
os mil minutos da minha hora
desembaçam-me os olhos para que entenda por fim
que as nuvens nunca foram de algodão.

Chego a morrer de raiva quando
elas desfilam hostis no céu que pertence a mim
colocando-se entre meus olhos e minhas estrelas.

Malvadas nuvens que são! levam-me em pensamento
até que o preguiçoso vento decida
castigá-las.

Então encontram-se as nossas águas
no meu choro de chuva e preciso reconhecer
que já experimentei milhões de vezes
repudiar loucamente pessoas dramáticas.

Mas antes das nuvens, devo admitir
que nunca conheci um alguém mais dramático que
eu mesma!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

IL FAUT (É necessário)


É necessário que se esteja disposto a viver:
Sorrir,chorar, e é claro, esquecer.
Pois convém que a alegria se faça em uma lembrança.

É necessário deitar-se em algum lugar verde
e procurar estrelas familiares no céu noturno,
chamá-las por nomes que só você conhece.

É necessário molhar o rosto com pingos de chuva,
conversar com os avós, montar um quebra-cabeças
e ouvir uma música.

É necessário fazer uma prece, acreditar, e não
deixar que nada leve embora a sua fé.

Porque ao acordar por esses dias,
se faz necessário crer acima de tudo que viver
de verdade é possível,
ainda que se viva em versos de poesia.