quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Coliseu
Caravaggio deixa que
que o garoto respire.
Dentro de um ator,
Narciso existe, ainda que
atrás de uma máscara pesada.
Tamanha é a perfídia da
platéia,amarrada à sua falsa
Alethéia a rir-se
do tolo menino e apontarem
em seu amor, egoísmo.
Ora, mas todos na condição humana
Trazem aspirações utópicas
não seriam estes amores platônicos, então?
Há ainda dentro do coração
o desejo de estar no centro.
Portanto os olhos se esticam
e sofrem com a morte vista
como um castigo a enorme beleza
jamais tão bem quista.
E o espetáculo acaba.
Que glorioso seria
que não houvesse hesitação,
nos que apenas assistem,
em estenderem a sua mão
e mergulhar em lagos fundos,
a buscar o que se deseja.
Teriam mérito em sua morte,
porque até a própria morte
teria que reconhecer
que foi por amor que tudo aconteceu.
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