quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Alegoria



Por Mayara Melo

(Pintura de Albert Lynch./ Referência intertexto ao poema camoniano - soneto 11/Alegoria: s.f. composição de várias figuras de linguagens, recursos de estilo.)


Minha palavra é assim:
cheia de firulas, de amor.
Acho que às vezes ela entra na frente da minha roupa favorita,
Salta da estante dos meus livros favoritos,
e me vem saudar com um sorriso parecido com o barulho
da chuva batendo forte na terra na hora em que cai de surpresa...

Minha palavra, meu bem, tem essa coisa romântica
Pasma diante de uma iluminura bem feita,
preocupa-se com a caligrafia...
E ama - e muito! - a essência perfumada de um poema.

Um dia ela se apaixonou por um paradoxo,
tão besta que ele era, se apresentou como sr. oxímoro.
Aí ela foi ficando minúscula,
às vezes bem comedida pra não parecer um fogo de artifício...
Mas aí, como fogo de artifício que era,
Usou sua beleza de artifício pra encher o sr. Camões de certezas,
O que fazer?
Desde então, virou um contentamento descontente.
Um suspiro-sussuro de ah! o amor...



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